Mamãe em dose dupla
25/03/2009

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          Está vendo essas duas moças aí da foto?? Poderiam dizer que são amigas, que são irmãs (talvez adotivas pq tem biotipos diferentes), poderiam ser primas, ou apenas modelos para uma bonita foto. Mas, não são!
Nesse barrigão estão duas pequenas criaturas, futuros pioneiros. Serão os primeiros filhos de duas mamães aqui no Brasil. O caso que repercutiu bastante na semana passada foi notícia em vários meios de informação e fechou a semana como a reportagem mais lida no site da revista Época, que também publicou a matéria na revista impressa. A polêmica acontece com tudo o que é novo, inesperado, científico e que mexe com alicerces da sociedade primitiva. Esse caso reúne todas essas características. Mas o elemento mais importante nessa história toda é um sentimento puro, muitas vezes questionado.
          Elas são lésbicas, Adriana (a que tem o barrigão) está grávida de Munira (a que beija, com todo seu amor, os futuros filhos) e se AMAM.
          Simples assim, e muitíssimo complicado também… os bebês, uma menina e um menino, são frutos de uma fertilização de um doador anônimo nos óvulos de Munira, inseridos no útero de Adriana para serem gerados. Essa gestação faz de Adriana a mãe biológica, já que será ela quem irá parir as crianças, mas no DNA dos bebês estará a genética de Munira, assim, as duas serão mães “de verdade”.
          Contrariando natureza, religiões, sociedade e leis, essas duas mulheres vão a favor de seus sonhos de uma família, de seus sentimentos de amor e de suas vontades de serem mães.
          Muitos criticam a situação, dizem que é errado e que isso não deveria acontecer. Respeito. Mas discordo. Em pleno século XXI, quando pessoas são imensamente ajudadas pela ciência e pela tecnologia para viverem mais felizes, pq duas mulheres não podem também viverem mais felizes??
          Polêmicas a parte, Munira e Adriana esperam sair do hospital com as certidões de nascimento constando os dois nomes na filiação, caso contrário, Munira teria que iniciar um processo de adoção, para adotar os bebês que tem o seu DNA. Se a lei permitirá, ainda não se sabe. Se permitir, será um grande avanço em uma das causas homossexuais mais discutidas atualmente, se não, será mais um obstáculo a ser ultrapassado, não apenas para duas pessoas, mas para uma grande e crescente comunidade que não tem medo de ser feliz!!
post by Laraue Motta